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Carreira de auditor: dinâmica e altamente social

Por: Júlio César Toledo de Carvalho

A auditoria é uma profissão altamente regulada, em que é exigido um nível de conhecimento técnico obrigatório e constante atualização de conhecimentos para o desenvolvimento profissional e manutenção do nível de excelência, sendo condição necessária para a atuação no mercado. Analisando os requisitos para se tornar um auditor, fica claro como a profissão é cheia de responsabilidades.

A graduação em Ciências Contábeis e a aprovação no Exame de Suficiência são pré-requisitos obrigatórios para que o profissional possa realizar o Exame de Qualificação Técnica para atuar como auditor. Após a aprovação no Exame de Suficiência, o profissional deve também ser aprovado no Exame de Qualificação Técnica para registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI), administrado por uma comissão formada por membros do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Mesmo após a aprovação, o profissional também deverá comprovar o cumprimento anual da Educação Profissional Continuada (EPC), previsto na NBC PG 12 (R4) para manter ativo o registro no CNAI.

Trabalhando em uma empresa de auditoria, os profissionais são encorajados a atuar em diferentes cenários, cada um com suas especificidades, de acordo com a realidade da cooperativa. Ou seja, em cada auditoria, o profissional se envolve com realidades de negócios e cultura organizacional distintas, nas quais se observa que a atividade de auditoria é extremamente dinâmica e altamente social.

A atividade depende muito do envolvimento de trabalho em equipe, diálogo, discussões que possibilitem entender a dinâmica dos negócios e decisões, com constante troca de informações com os responsáveis pela governança da entidade auditada. Tudo sempre realizado com atenção ao código de ética da profissão, independência e ceticismo profissional, valores inalienáveis para a profissão.

A auditoria é uma atividade interdisciplinar, alinhando conhecimentos não apenas contábeis, estes obrigatórios para exercer a profissão, mas também de outras áreas que auxiliem os profissionais na coleta, análise e julgamento das informações e evidências. Abre-se mais uma janela de oportunidades para a profissão reiterar sua importância dentre temas tão relevantes para o mundo dos negócios e para toda a sociedade.

A evolução faz parte do mercado de trabalho da auditoria, seja pela incorporação de temas ESG em aspectos contábeis e de transparência, mas também pela adoção de novas tecnologias, já que ambas mudam substancialmente a forma de condução dos negócios e, consequentemente, dos trabalhos. Fica evidente que o mercado de trabalho de auditoria é dinâmico e busca evoluir conforme evoluem os negócios, sempre em consonância com o interesse público que norteia a profissão.

O ambiente complexo dos trabalhos de auditoria exige não apenas a busca por evidências, mas também uma abordagem cética e imparcial no processo de avaliação. O ceticismo e julgamento profissional desempenham um papel preponderante na garantia da integridade e qualidade dos processos de verificação. O ceticismo profissional, nesse contexto, refere-se à abordagem crítica e cuidadosa aplicada pelos auditores ao examinar evidências, conduzir análises e formular conclusões.

Em um ambiente em que a confiabilidade das informações é crucial, o ceticismo oferece uma salvaguarda contra a complacência, incentivando uma postura questionadora e analítica. A importância do ceticismo e julgamento profissional na auditoria transcende a mera conformidade normativa.

As normas e os procedimentos técnicos são essenciais para garantir que os trabalhos de auditoria sejam realizados em conformidade com as regras e legislação vigentes, mas nada disso é possível sem que sejam seguidos os preceitos éticos e de independência, imprescindíveis e inalienáveis ao profissional para exercer a profissão, sobretudo porque a ética é parte indispensável na conduta dos profissionais.

A auditoria é uma profissão que está em sintonia com o mundo atual, apesar de altamente tecnológica, portanto, depende primordialmente do julgamento profissional e das interações pessoais, além das construções desenvolvidas ao longo da trajetória profissional, pois é, acima de tudo, uma atividade inerentemente humana e social.