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07 / Jun / 2021

O papel da auditoria no apoio à governança da cooperativa

Por Júlio César Toledo de Carvalho e Sander Augusto Ribeiro

 

A expressão Governança Corporativa refere-se ao sistema (processos, costumes, procedimentos e órgãos internos) pelo qual as empresas e demais organizações devem ser administradas, monitoradas e incentivadas (Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa, IBGC, 5ª edição). No caso do cooperativismo de crédito, compreende um arcabouço de normas oriundas do Banco Central do Brasil, legislações e normas sistêmicas.

Nesse contexto, a manutenção das boas práticas de governança envolve toda a organização, sendo de suma importância o engajamento por parte da estrutura funcional da cooperativa, ou seja, dos executores dos processos, dos gestores, dos diretores e dos conselheiros.

Ressalta-se, nesse processo de governança, a orientação e a liderança por parte do Conselho de Administração, principal órgão da administração, tendo em vista ser o encarregado do direcionamento estratégico da cooperativa, bem como o responsável por criar um ambiente pelo qual possa monitorar e gerenciar as atividades operacionais, no intuito de alinhar as práticas de governança ao nível mais próximo possível dos objetivos de negócio estabelecidos, considerando não apenas a adequação dos processos às políticas, leis e normativos internos e externos, mas também a busca por gerar resultados satisfatórios e consistentes aos associados.

No contexto da governança da cooperativa, qual seria o papel da auditoria independente nesse processo? De acordo com o Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), os auditores externos (independentes) auxiliam os órgãos de governança (Conselho de Administração e Diretoria Executiva) na asseguração da integridade das demonstrações financeiras da cooperativa, além de possuírem um importante papel como um dos agentes de validação das boas práticas de governança por intermédio de seus trabalhos, seja auditoria cooperativa, auditoria das demonstrações ou auditorias especiais, por meio dos quais avaliam a adequação da estrutura de controles internos.

Como resultado desses trabalhos, os auditores emitem relatórios que têm por finalidade assegurar a confiabilidade das demonstrações contábeis aos usuários e reportar as oportunidades de melhorias nos processos operacionais, decorrentes das avaliações dos controles internos, alertando para as eventuais fragilidades ou deficiências nos controles internos que possam vir a afetar os objetivos e os resultados almejados pelas cooperativas, com especial atenção às questões relacionadas com a eficácia e a eficiência operacional.

Por fim, observa-se a importância e relevância do trabalho realizado pela auditoria no processo de governança da cooperativa, haja vista sua contribuição aos órgãos de gestão na identificação de fragilidades e proposição de medidas corretivas, cujo objetivo último é fortalecer o sistema de controles internos das entidades auditadas. Importante destacar, todavia, que a responsabilidade final pela implementação das sugestões de melhorias apresentadas pelos auditores é dos órgãos de governança, os quais são responsáveis pela implantação do sistema de controles internos.

 

 

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